9 de maio de 2025 Por tulyo_vinicius

Padrasto pode ter direito de convivência com o enteado após o divórcio? Entenda seus direitos / Advogado em Parauapebas/PA e Araguaína/TO

Quando um casal se separa, a primeira preocupação costuma ser com os filhos. Mas e quando a criança foi criada pelo padrasto, como se fosse seu próprio filho, durante anos? Será que esse homem tem o direito de continuar convivendo com o enteado, mesmo sem ser o pai biológico?

A resposta é: sim, é possível garantir esse direito na Justiça — desde que exista o chamado vínculo socioafetivo.

O que é o vínculo socioafetivo?

É o laço construído na prática, no dia a dia, com amor, cuidado, responsabilidade e presença. O padrasto que educa, protege e participa da vida da criança como verdadeiro pai constrói esse tipo de vínculo — e a Justiça já reconhece que ele tem valor legal.

Esse vínculo pode ser tão importante quanto o laço biológico. Afinal, ser pai vai muito além do DNA: é estar presente, dar carinho, educar e cuidar.

A mãe pode proibir o contato do padrasto com o enteado?

Ela pode tentar, mas isso pode ser questionado judicialmente. O padrasto tem o direito de pedir a regulamentação da convivência com o enteado, especialmente quando a separação ameaça romper um vínculo afetivo importante para a criança.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que, se a convivência entre o padrasto e o enteado for saudável e estiver alinhada ao melhor interesse da criança, ela pode ser mantida judicialmente — mesmo contra a vontade da mãe.

O que o padrasto pode fazer?

Ele pode entrar com uma ação judicial de regulamentação de convivência, demonstrando:

  • Que participou ativamente da criação do enteado;
  • Que existe forte laço afetivo entre ambos;
  • Que o afastamento está causando sofrimento ou prejuízo emocional à criança.

Nessa ação, o juiz vai analisar o caso e, se entender que é melhor para a criança manter o contato com o padrasto, pode conceder visitas ou até ampliar os direitos de convivência.

Como provar o vínculo afetivo com o enteado?

Documentos como:

  • Fotos em família;
  • Registros escolares (se o padrasto era responsável pela matrícula, reuniões, etc.);
  • Mensagens, prints, e-mails;
  • Testemunhas (parentes, professores, amigos);
  • Vídeos ou áudios que mostrem carinho e convivência.

Tudo isso pode ser utilizado para mostrar que o padrasto era mais do que um companheiro da mãe: era uma figura paterna presente e ativa na vida da criança.


Conclusão

O padrasto que cria, ama e educa um enteado por anos pode sim ter o direito de continuar presente na vida da criança. A Justiça entende que o que importa é o bem-estar do menor — e, muitas vezes, preservar esse vínculo é fundamental para isso.

Se você vive essa situação, procure um advogado especialista em Direito de Família. Você não está sozinho, e há caminhos legais para proteger o laço que você construiu com quem você chama de filho.

Em caso de dúvidas, fale com nossa equipe (94) 99295-9999 Santos e Rodrigues Advogados